Entre todas as experiências do homem o medo é a emoção mais prejudicial. E o maior medo, o mais comum, é o medo da morte. Esse medo é produto de desconhecimento e suposições que não se baseiam nem na verdade nem no raciocínio. O medo da morte se dissipa e seus efeitos são eliminados quando a Luz da Verdade se projeta sobre ele.
O QUE A MORTE?
Os dicionários nos induzem ao erro fazendo-nos acreditar que nada há depois da morte, quando a define como "o fim da vida". Essa é, porém, uma definição da ciência, que não acredita em nada que não possa ser materialmente demonstrado. Mas é por endeusarem a matéria que os cientistas são incapazes de levantar o véu da morte, como fizeram os adeptos e Mestres através dos séculos. Esses Mestres nos dizem que a morte não é um fim, mas sim um começo, o início de um novo ciclo em um outro plano de existência.
E vão mais além: afirmar que nada morre realmente, nem o corpo. O corpo se desintegra, é verdade, volta ao ao pó de que foi feito, para então recomeçar um novo ciclo de uso, mas isto não é um fim porque sua atividade não pára. E os ensinamentos dos Mestres incluem a Verdade da dualidade do homem: ele possui corpo e alma. O corpo é o templo da alma, e quando cessa a utilidade do corpo, consciência do homem se transfere para o veículo da alma, que é às vezes chamado de corpo astral. Essa transferência de consciência, quando é permanente, é o que o mundo denomina morte.
O que causa maior choque aos suicidas é justamente a constatação de que ainda estão "vivos". Por raciocínio ou por desejo, eles creem que tudo termina com a morte, e o choque ao descobrir que ainda estão "vivos" e que não escaparam às responsabilidades é que os fazem sofrer pelo ato que praticaram.
Não podemos escapar às leis da vida. Mesmo que o fardo seja muito pesado é melhor carregarmos a nossa Cruz pacientemente, enquanto estudamos e nos preparamos para compreender porque temos esse fardo. A única maneira de escaparmos aos problemas da vida é através da perfeição espiritual. Nenhuma Lei Cósmica permitirá que o homem se livre de um problema e de uma provação que devem ser vivenciados por ele.
Acreditamos que ao lerem este relato sobre a morte vocês não encontraram nenhuma justificativa para o maior medo dos seres humanos. A morte não é o fim da vida, nem nossa estrada para o Céu ou um inferno absolutos. Simplesmente passamos a "viver" num outro plano de acordo com o que conquistamos aqui e agora. A morte não é nada além de uma passagem por uma porta que leva a uma nova sala de aula para experiências mais elevadas.
Não há mesmo uma justificativa para se ter medo!
Segundo os ensinamentos herméticos, todas as coisas manifestadas encerram dois aspectos, dois polos opostos, com múltiplos graus das mesmas coisas. Paradoxalmente, isto é, por mais absurdo que pareça, os opostos são graus da mesma coisa e são iguais na sua essência. Por exemplo: frio e calor são graus de temperatura; duro e macio são graus de consistência. Do mesmo modo, luz e escuridão, barulho e silêncio, baixo e alto, são apenas os pólos positivos e negativos das mesmas coisas, tendo incontáveis graus entre eles. Assim também, medo e coragem são graus da mesma coisa, os pólos opostos ou extremos de uma emoção. A coragem pode se transmutar em medo e o medo em coragem, já que são opostos de uma mesma emoção.
O processo de transmutação ou transformação é mental. Se um homem medroso se dedicar a adquirir e aplicar conhecimentos relativos à eliminação de seu medo, gradualmente elevará as vibrações dessa emoção, e transmutará o medo em coragem.
Portanto, quando sentirem medo, seja lá do que for, lembrem-se que podrão transmutá-lo em graus crescentes até o oposto, a coragem.
Que a Luz do Archote ilumine sempre seu caminho para a Verdade!
Fonte: AMORC-Juvenil Nº 05, 2º trimestre/95
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