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domingo, 21 de janeiro de 2018

ANIVERSARIO DE L. C. SAINT-MARTIN - 18 de janeiro


Com muita alegria registramos que no dia 18 de janeiro comemoramos o aniversário de nascimento de nosso Venerado Mestre, Louis-Claude de Saint-Martin.

Místico profundo, filósofo iluminado, praticante daquilo que entendia como valores elevados, como a ética, honestidade, amorosidade, desejava transformar o “velho homem” em um “novo homem”, realizado e consciente de si.

Deixou para a humanidade grandes obras que, em geral, têm o objetivo de explicar as relações entre Deus, a Natureza e o Ser Humano. Inspirou a criação da Tradicional Ordem Martinista, que perpetua pela Iniciação e Conhecimento este precioso depósito, oferecendo na prática os meios de promover a Reintegração Mística.


A doutrina de Saint-Martin é clara e simples. Sua verdade pode ser percebida facilmente por qualquer homem de boa vontade, pois este místico francês primeiro adquiriu o conhecimento das leis divinas e então moldou sua doutrina de acordo com elas. A obra de sua vida imortalizou seu nome não apenas em seu próprio país como também ao redor do mundo, pois o resquício de luz que se inicia na própria fonte universal da luz brilha inelutavelmente para toda a humanidade.


Os ensinamentos de Saint-Martin são, sem exceção, aplicáveis a toda a Humanidade. Considerava a fraternidade (e não a igualdade) a base de toda a vida social e propugnava a união de todos os seres humanos em nome do amor. Justiça e caridade, força e fraqueza, só podem encontrar seu ponto de equilíbrio pela e na fraternidade. Assim, a Tradicional Ordem Martinista - que é uma das Fraternidades Martinistas que preserva os ensinamentos de Louis-Claude de Saint-Martin - propugna que a felicidade dos homens é dependente e proporcional à felicidade de cada um de seus membros e na união de todos pela fraternidade, que propicia uma verdadeira igualdade pelo equilíbrio estável de direitos e de deveres. A resultante desses dois lados do triângulo conduz ao terceiro - a liberdade - que determina a segurança e a preservação de todos. Mas, nada poderá acontecer efetivamente sem Humildade e Caridade.


Os martinistas  entendem que para progredir na Senda da Reintegração não é a cabeça que é preciso empenhar e sim o Coração. É no Coração - o templo sagrado e alquímico de transmutação do homem antigo no homem perpétuo - que serão encontradas as Sete Fontes Sacramentais, as Sete Colunas, que harmonizarão e fertilizarão todas as regiões do ser do homem. Dessa Alquimia Transcendental e perene manifestar-se-ão, para sempre, a Sabedoria, a Força e a Magnificência.


Segundo Saint-Martin na obra O Novo Homem, essas possibilidades estão à disposição do ser humano, porque nunca dele lhe foram subtraídas, e tais maravilhas encontram-se perpetuamente no seu Coração, eis que aí têm existido desde a origem.

No discipulado, o martinista utiliza dois livros simbólicos (díade martinista): o Livro da Natureza - imenso repositório de conhecimentos - e o Livro do Homem - a ser lido por introspecção, pelo retorno ao centro do ser, pelo retorno ao Coração. Aí é o lugar para e de contemplação interior, de transmutação divina, e que se constitui na via Esotérica, Alquímica e Secreta de e para todos os seres, martinistas ou não. Nesse processo, o homem velho acaba por ceder lugar ao Homem Novo. Essa regeneração foi definida por Saint-Martin como uma imitação interior do Cristo; e, tendo se tornado Homem-Espírito, poderá cumprir seu ministério: ser o intermediário ativo entre o Absoluto e o Universo. Este é o significado oculto da sentença: Lázaro, levanta-te. Todo Martinista (e todo místico sincero) é potencialmente um Lázaro. Um dia o homem se levantará e não haverá mais em cima ou embaixo, exterior ou interior, dentro ou fora. A comunicação será permanente e consciente, e o homem terá alquimicamente se transmutado no templo de seu Deus interior. A Jerusalém Celestial terá sido restabelecida, pois o homem foi, então, batizado pelo Fogo Sagrado do Santo Espírito. I-NRI. I-Na-Ra. I-Na-Ra-Ya. YN-RI. A Doutrina Martinista veio (re)anunciar, portanto, a Era do Cristo Cósmico, que já começa a se revelar na alma de todos os seres, que, ainda que vacilantemente, estão começando a perceber que a insistência em chafurdar em valores transitórios, subalternos e ilusórios só pode conduzir a sofrimentos e a desastres, qualquer que seja a dimensão dessas transigências, qualquer que seja a dimensão de cada tentativa. Ambas (e todas) serão sempre frustras e, muitas vezes, dolorosas..


A única Iniciação... é aquela pela qual podemos penetrar o Coração de Deus e induzir este Coração divino a penetrar o nosso.

Sobre a Verdade, Saint-Martin deixou escrito: A opressiva desventura do homem não é ignorar a existência da verdade, mas interpretar erroneamente sua natureza.

O Martinismo é, portanto e minimamente, como admite um espiritualista contemporâneo, o caminho do equilíbrio entre a ciência e a religião. É, assim, um método desenvolvido e destinado a facilitar a compreensão da existência da harmonia entre todas as coisas e o empenho da prática cristã do Amor Universal.


Alquimia Interior – cujos instrumentos são a devoção, a dedicação e o estudo – que é proporcionada ao operador, ao Buscador, ou, ainda, ao estudante para poder servir altruisticamente. O Martinismo, primordialmente, como já foi dito, tenta conciliar a Ciência com a Religião, e isto é Conhecimento que suplanta a Fé cega, que, no inexistente tempo, também será transmutado em Santa Sabedoria –› ShOPhIa.

Como todo Martinista sabe (qualquer que seja a Ordem Martinista a que pertença), não se julga um Irmão pela riqueza ou pela pobreza do berço que o embalou, e sim pela fraternidade que une os seres que possuem gravados em seus íntimos a mesma Iniciação e a mesma paternidade espiritual. Este é o elo iniciático, místico, fraterno, histórico e tradicional que une todos os Martinistas de todas as Fraternidades.


De qualquer forma, repito: Louis-Claude de Saint-Martin renunciou à  senda externa - em proveito da SENDA INTERNA. O caminho era o interior. Saint-Martin desejava: entrar no Coração da Divindade e fazer a Divindade entrar em seu Coração. Acreditava - e eu também acredito - que, com o advento do Cristo Cósmico, o homem pode ter acesso ao Reino Divino sem intermediários. Evocar ao invés de invocar. Dentro e não fora. Interior e não exterior. A ascese interior é o caminho, e, nesse sentido, é no Coração do homem que tudo deve acontecer. A este processo Místico-Alquímico-Iniciático os Martinistas, particularmente os membros da TOM, denominam, como já foi dito e deve ser repetido, de SENDA CARDÍACA.

Fonte:  pax profundis.org

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