07 a 14/03/2015 |
A NATUREZA DE DEUS
Considere um copo vazio. O que acontece quando você o enche com água
quente? O próprio copo se esquenta. Isto é análogo ao que aconteceu no
Mundo Infinito. À medida que a Luz enchia o Receptor, os atributos da Luz
eram transmitidos. Podemos até dizer que o Receptor herdou a natureza do
seu Criador. Essa natureza herdada é o poder de criar plenitude, de dar plenitude, e de desempenhar um papel ativo e causal no processo em
andamento da Criação Eterna
O NASCIMENTO DE UM NOVO DESEJO
O Receptor herdou a natureza da Luz e, por conseguinte, um novo desejo
surgiu dentro do Receptor. Esse novo desejo era um anseio de expressar aquilo
que pode ser chamado de o DNA do Criador. Especificamente, o Receptor
queria:
• Ser a causa da sua própria felicidade.
• Ser o criador de sua própria plenitude.
•
Compartilhar plenitude.
• Controlar os seus próprios assuntos.
A plenitude infinita foi a razão pela qual o Receptor foi criado, em primeiro
lugar. No entanto, devido ao fato de que o Receptor não podia expressar os
seus "genes do Criador", o Receptor não sentia mais plenitude infinita. Existia
um único desejo que permanecia insatisfeito, e isto era um grande problema.
O PÃO DA VERGONHA
Pão da Vergonha é o termo da Cabala para todos os terríveis sentimentos. É uma antiga expressão cabalística que
expressa todas as emoções negativas que acompanham um sucesso não
merecido. Diz-se de um homem abandonado pela sorte, que se vê obrigado a
aceitar a caridade dos outros, que ele está comendo o Pão da Vergonha. Ele
possui um desejo profundamente enraizado de ganhar o dinheiro de que
precisa para comprar o seu próprio pão. Deseja desesperadamente estar numa
situação em que possa alimentar e sustentar a si próprio.
O RECEPTOR TINHA TUDO NO MUNDO INFINITO, EXCETO UMA
COISA:
A capacidade de fazer por merecer e de ser a causa de sua própria satisfação!
Desta forma, o Pão da Vergonha impedia o Receptor de sentir uma felicidade
absoluta.
Esta situação certamente não era a intenção ou o pensamento por trás da
Criação.
Havia somente uma opção: Remover o Pão da Vergonha.
Mas como?
O DILEMA
Enquanto o Receptor não fizesse mais do que simplesmente receber,
permaneceria infeliz. Então, o que o Receptor podia fazer para eliminar todos
esses sentimentos péssimos conhecidos como Pão da Vergonha? Compartilhar
não era uma opção, já que não havia nada com que compartilhar. Havia
somente a Luz e o Receptor unificados no Mundo Infinito. Talvez o Receptor
pudesse compartilhar com a Luz? Uma ideia louvável, porém a Luz não tinha
desejo de receber. A Luz é ela própria uma força infinita de compartilhar
Energia.
A Solução:
O Receptor parou de receber a Luz. A Luz permanece inalterada e sempre pronta a doar.
O Receptor repeliu a Luz, resistiu à Luz, e disse: "Chega! ״
Neste exato momento ocorreu uma explosão espiritual — uma explosão que
continua reverberando até hoje. Os cientistas detectaram o eco cósmico desta
explosão e o batizaram... de Big Bang!!!
RESISTÊNCIA
Os antigos cabalistas chamaram o ato do Receptor de repelir a Luz de
Resistência. Esta palavra irá aparecer novamente, então por favor lembre-se
dela. No momento em que o Receptor resistiu a ser preenchido pela Luz, a Luz
se retirou e criou um espaço vazio. A Luz se constringiu, criando um ponto
único de escuridão dentro do Mundo Infinito. O infinito tinha dado vida ao
finito.
O BIG BANG
A ideia de que os antigos cabalistas compreendiam que a explosão de um Big
Bang tinha dado início ao nosso universo é no mínimo intrigante.
Esse Bang foi de fato confirmado pelo satélite COBE da NASA há apenas
poucos anos.
A ciência, concentrada no como da realidade física, carece de meios para
entender a significância espiritual de por que ocorreu o Big Bang. Ainda assim,
é interessante comparar como a antiga Cabala e a física do século XX
descrevem o início de nosso universo. As semelhanças são extraordinárias.
CIÊNCIA MODERNA
Há aproximadamente 15 bilhões de anos, antes de o universo vir à existência, não
havia nada. Não havia o tempo. Não havia espaço. O universo começou num único
ponto. Este ponto era cercado pelo nada. Não tinha largura. Não tinha profundidade.
Não tinha comprimento. Este ponto irrompeu numa explosão de força inimaginável,
expandindo-se à velocidade da luz como uma bolha. Essa energia por fim se resfriou e
se aglutinou, transformando-se em matéria — em estrelas, galáxias e planetas. Todo o Universo está em expansão e se afasta constantemente no Centro da Explosão.
CABALA
Dos escritos do cabalista do século XVI,
Rabi Isaac Luria
O universo foi criado do nada a partir de um único ponto de luz. Esse nada é chamado
de Mundo Infinito. O Mundo Infinito era preenchido com Luz infinita. A Luz foi
então restringida a um único ponto, criando o espaço primordial. Além deste ponto
nada é conhecido. Sendo assim, o ponto é chamado de início. Depois da Resistência, o
Mundo Infinito emitiu um raio de Luz. Esse raio de Luz então rapidamente se
expandiu. Toda a matéria emanou deste ponto.
O NASCIMENTO DE UM UNIVERSO
Ao resistir à Luz, o Receptor deu um pequeno primeiro passo rumo à
eliminação do Pão da Vergonha.
Como um pai carinhoso que se afasta e permite que a criança caia para que,
assim, ela aprenda a andar, a Luz se retirou no instante em que o Receptor
disse: "Agradeço, mas não, obrigado. Eu gostaria de aprender por mim mesmo
a criar e a compartilhar um pouco de Luz. " A Luz deu ao Receptor o tempo e o espaço para que pudesse desenvolver a
sua própria natureza divina.
O tempo e espaço dado ao Receptor é o nosso universo físico.
UMA CORTINA DE DEZ DIMENSÕES
Para ocultar a Luz flamejante do Mundo Infinito — e para criar o pequeno
ponto no qual o nosso universo viria a nascer — uma série de dez cortinas
foram erigidas. Cada cortina sucessiva reduzia mais a emanação da Luz,
transformando gradualmente o seu brilho, até quase chegar à escuridão.
Essas dez cortinas criaram dez dimensões distintas. Em hebraico, elas são
chamadas de Dez Sefirot, ou de Árvore da Vida.
Keter, a dimensão superior, representa o nível mais alto, mais próximo ao
Mundo Infinito. Malchut, localizada na base, denota o nível mais baixo, o
nosso universo físico, onde a Luz Infinita é mais fraca
O PODER DA ESCURIDÃO
Uma vela acesa não emite luz nenhuma se ao fundo estiver um dia de sol
brilhante. Mas num estádio de futebol escuro, até mesmo uma única vela é
claramente visível. Da mesma forma, o Receptor era incapaz de criar e de
compartilhar num âmbito que já irradiava Luz. Era essencial que uma área de
escuridão viesse a existir para nos transformar de recebedores passivos em
seres que genuinamente fizeram por merecer e criaram a sua Luz e a sua
plenitude. Este é o propósito das cortinas.
A única Luz que resta em nosso universo obscurecido é uma "luz piloto" que
sustenta a nossa existência. Esta "luz piloto" é a força de vida da humanidade;
a força que dá vida a estrelas, que sustenta sóis e coloca tudo em movimento
— desde corações batendo, passando por galáxias em redemoinho, até
industriosos formigueiros.
DESMONTANDO O QUEBRA-CABEÇA
Um quebra-cabeça só pode ser um quebra-cabeça se existe espaço separando
as peças individuais e se existe um tempo dado para remontá-lo. O Mundo
Infinito é um âmbito sem tempo e espaço; por isso a Luz tinha que criar esses
conceitos. Isto ocorreu automaticamente quando a Luz foi ocultada pelas dez
cortinas. Escurecer a Luz significava obscurecer seus verdadeiros atributos: Se
existe Luz de um lado da cortina, a escuridão deve se materializar do outro
lado quando uma cortina bloqueia a Luz. Da mesma forma, se a ausência de
tempo é a realidade de um lado da cortina, a ilusão do tempo é criada do outro
lado. Se existe ordem perfeita de um lado da cortina, existe caos na outra
dimensão. Se existe totalidade e unidade absoluta em um lado da cortina, há
então espaço e as leis da física do outro lado. Se Deus é uma realidade e verdade evidente de um lado da cortina, a ausência de Deus e o ateísmo são a
realidade do outro lado. Sendo assim, num certo sentido, os ateus estariam
corretos em seu ponto de vista de que não existe nenhum Deus. Entretanto,
nosso objetivo singularmente humano neste mundo é transcender o nosso
âmbito do 1 por cento e descobrir uma verdade mais elevada, e este é o
assunto deste livro. Você começa a perceber a figura? Bem-vindo ao nosso
mundo de escuridão!
Mas ganhe coragem, porque, na realidade, a Luz ainda está aqui. Cubra uma
lâmpada com muitas camadas de tecido e o quarto acabará ficando escuro.
Mas a lâmpada continua brilhando como sempre. A intensidade de luz não
mudou. O que mudou foi o tecido que cobriu a luz. A Cabala nos ensina como
remover as camadas de tecido, um pano de cada vez — para remontar o
quebra-cabeça da Criação e trazer sempre mais Luz para as nossas vidas.
Aguarde próxima semana:Parte 5
Leia também:
O SEGUNDO PRINCÍPIO ESPIRITUAL DA CABALA
Nenhum comentário:
Postar um comentário