Na brenha da existência, entre os espinhos
da dualidade, vamos percorrendo
Infatigáveis, sorrindo e sofrendo,
A assimetria bruta dos caminhos
O olhar humano aspira, sonha, implora
Intui um ideal num revivendo
sempiterno – Seguimos renascendo
Num sem fim que mesmo a morte ignora –
E a vereda ascendendo à plenitude
Descortina o não-ser, mansão etérea – Tempo que sereniza a inquietude –
E aceitamos, pois, na terra funérea
No regresso ao pó, – frio que é finitude -,
A falibilidade da matéria
(Raul Passos)
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