A PARAPSICOLOGIA E A MÍSTICA
Por Silvino Alves da Silva Neto
Parapsicólogo. Psiquiatra. Pós-graduado em Parapsicologia
pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – IPPP.
Nós, que temos nos dedicado à
Parapsicologia neste período de transição de início do século XXI, sabemos das dificuldades encontradas por
esta para afirmar-se como ciência. E temos convicção de que tais dificuldades
ainda hão de perdurar por bastante tempo. Isto, não apenas devido ao fato de
que os fenômenos paranormais, no passado, tenham estado associados a crenças e
práticas supersticiosas, como também pelo motivo de que os ditos fenômenos são
de tal natureza que sua pesquisa pelos métodos das ciências ortodoxas torna-se
extremamente dificultosa.
Outro fator que impede o
desenvolvimento da Parapsicologia é a falta de reconhecimento de sua
importância, pela população geral.
A ação do parapsicólogo é
exercida sobre o depositário - digamos assim - do fenômeno, que é o agente psi,
ou paranormal, já que, na ausência deste último não ocorre o outro. O fato é
que temos observado que o paranormal tem seus dons
utilizados, na mais das vezes em instituições religiosas. Quando não, o
mesmo se utiliza de práticas adivinhatórias que encantam a imaginação popular,
como a quiromancia, a cartomancia e outras, quase sempre com fins lucrativos, o
que provoca a transformação da prática da paranormalidade em mistificação,
muitas vezes com conseqüências funestas.
Uma prática ainda pior e que
contribui ainda mais para o ceticismo da população e dos cientistas, é aquela
adotada por pessoas que sequer possuem qualquer dom paranormal, mas se atribuem
“poderes” especiais, mediante o uso de bolas de cristal, búzios, cartas,
leitura de mão, etc. com que pretendem iludir os leigos e incautos, com a
finalidade única de meio de vida.
Ao lado destes, temos ainda os
que se utilizam de práticas fraudulentas para demonstrarem supostas habilidades
paranormais de efeitos físicos.
É verdade que muitos
paranormais utilizam seus dons fora do âmbito religioso, como os
radiestesistas, os psicômetras e os clarividentes que localizam objetos e
pessoas desaparecidas.
A verdade é que a fenomenologia
paranormal ainda está por demais associada à religião e ao misticismo, e
achamos improvável que essa situação mude, pelo menos nos próximos anos - ou
décadas.
Há uma tendência atual no
sentido de explicar-se a fenomenologia paranormal de acordo com os postulados
da Física Quântica. (Há uma corrente de parapsicólogos, inclusive, que vem tentando inserir a Parapsicologia no corpo da Psicologia, com a finalidade de torná-la mais aceitável pelas instituições de pesquisa, inclusive as Universidades).
Estamos no início do III
milênio e assistimos a uma tendência das diversas áreas do conhecimento em
convergirem para um ponto comum, de forma que as arestas existentes entre a
Ciência e a Religião tenderão a desaparecer.
Queremos aqui enfatizar uma das
atividades da Ordem Rosacruz, organização mística e fraternal, que é o
Departamento de Pesquisas da Universidade Rosecroix, onde eminentes cientistas
das mais diversas áreas realizam importantes experiências no Âmbito da
paranormalidade. Vários dos resultados dessas pesquisas foram publicados na
obra “O Homem: Alfa e Ômega da Criação”, em quatro tomos, que poderão ser
adquiridos pelos que se interessarem.
Com relação ao IPPP, propomos
uma nova postura para o futuro, incorporando a Transcendentologia ao seu campo
de pesquisa, tornando assim, a questão da sobrevivência como mais um objeto de
estudo da Parapsicologia.
Acreditamos que essa
aproximação da Parapsicologia com a Mística só irá engrandecê-la, ao contrário
do que muitos possam pensar. O Homem foi, é e será sempre religioso, porque,
como afirmou Jung, “a alma já é, por natureza, religiosa”.
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