O MILAGRE DA ROSA
Eu não
encontrava resposta. Estava vazio. Não compreendia porque ninguém me permitia
prestar um serviço. Dirigia-me a todos,
procurando dar um pouco de mim mesmo. Uma vez disseram-me: “Primeiro você terá
que descobrir e conhecer o teu próprio Eu; só depois poderá servir.”
Busquei o
meu próprio Eu, e quando comecei a descobrir, tentei de novo servir e com mais
interesse do que antes. Porém, da mesma forma, quanto mais tentava, menos era
capaz de dar algo de mim àqueles com
quem entrava em contato. Eles não aceitavam. E eu pensava: “Por quê?”
Um dia,
sentado em meu jardim, contemplava o espetáculo maravilhoso do nascer do sol,
do romper da aurora, quando meus olhos pousaram numa rosa. Como era bela!
Iluminada apenas pelos primeiros raios de sol, ela brilhava com uma
luminosidade própria. E pela simples circunstância de existir SERVIA para me
prodigalizar beleza. SERVIA!
Esta rosa,
pelo simples fato de existir, SERVIA! Bastava apenas existir, anônima e
serenamente. Ela não procurava nem tentava servir-me. Simplesmente acumulava a
beleza da sua própria forma. Ela nada mais necessitava, porém, devido à minha
ansiedade, tornou algo mais.
A rosa não
me pediu que a olhasse, mas, quando o fiz, serviu-me por estar à minha
disposição. Pronta para servir a qualquer pessoa que necessitasse daquilo que
ela realmente era: uma Rosa.
Agora já
obtive a reposta e não estou mais vazio.
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