Conversando com o Mestre
Uma Alegoria
Por William Q. Judge
Caminhando pelo jardim do seu coração, o discípulo subitamente encontrou o Mestre. Ficou contente, porque recém havia terminado uma tarefa a serviço Dele – e apressou-se a colocá-la a Seus pés
“Veja, Mestre” –
disse ele – “isto já está feito; agora me dê outro ensinamento a
transmitir.”
O Mestre olhou para
ele com tristeza e generosidade no olhar, como podemos olhar para uma
criança que não consegue entender algo.
“Já existem muitos que podem ensinar concepções intelectuais
da Verdade”, respondeu. “Você pensa que
estará servindo da melhor forma possível, se for mais um a fazer a mesma
coisa?”
O aluno ficou perplexo.
“Não devemos proclamar a Verdade até do alto dos telhados,
até que todo o mundo a tenha ouvido?” – perguntou.
“E qual o resultado ?”
“O resultado será que o mundo inteiro seguramente a
aceitará.”
“Não” – respondeu o Mestre – “a verdade não é do intelecto,
mas é do coração. Veja!”
O aluno olhou, e viu a Verdade como se fosse uma Luz Branca
cobrindo a Terra toda; no entanto, nada
dela chegava até as plantas verdes e vivas que necessitavam tanto dos seus
raios, porque no meio havia densas camadas de nuvens.
“As nuvens são o intelecto humano” – disse o Mestre. “Veja de novo.”
Olhando atentamente, o aluno viu aqui e ali pequenas
aberturas nas nuvens, pelas quais a Luz lutava para passar em raios frágeis,
quebrados. Cada abertura era causada por
um pequeno redemoinho de vibrações, e ao olhar para baixo através delas, o discípulo percebeu que cada redemoinho era
produzido em um coração humano.
“É só reforçando e aumentando as aberturas que se pode fazer
com que a Luz alcance a Terra” – disse o Mestre. “O que é melhor, então: derramar mais Luz sobre as nuvens, ou estabelecer um redemoinho de
forças do coração? Essa última tarefa você deve cumprir de modo invisível e sem
ser notado, e também sem receber agradecimentos. A tarefa anterior trará a você elogios e
notoriedade entre os homens. Ambas as tarefas são necessárias: ambas são parte
do Nosso trabalho; mas, as aberturas são tão poucas! Você tem força suficiente
para deixar de lado os elogios e transformar-se em um centro de coração irradiando uma pura energia
impessoal?”
O aluno suspirou, porque essa era uma questão difícil.
HIERONYMUM
Revista Path, Nova Iorque, Outubro de 1893
Fonte: blog Rosacruzes.
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