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CÂMARA EXTERNA - ROSACRUZ

sexta-feira, 22 de julho de 2016

DE HOMO SAPIENS A HOMO ETHICUS



De homo sapiens a homo ethicus

escrito pela mestranda - Andrea Rodrigues Barbosa Marinho

 Na escala da evolução, o ser humano precisa incorporar valores 
que vão garantir a sobrevivência da sua espécie

Dentro dos estudos da Biologia, o ser humano é classificado como homo sapiens, ou homem sábio e racional. Essa sabedoria, entretanto, está em xeque diante da degradação do meio ambiente e das relações sociais. Passados mais de 130 mil anos desde que o sapiens dominou o universo, vive-se um momento histórico, em que é preciso trabalhar pela evolução dessa mesma espécie. E o novo ser humano já ganhou o adjetivo para os tempos que se avizinham: vivemos a transição de homo sapiens para homo ethicus, ou seja, aquele cujo processo de concepção de idéias e ações é fundamentado em padrões éticos universais.

Segundo Andréa, ao longo dos anos, o homo sapiens reiterou valores que o isolaram de seus semelhantes. “Passamos a valorizar a competição entre os homens, a quantidade de poderes no sentido econômico da questão e a dominação política sobre pessoas e territórios”, expõe a pesquisadora.

 Ele nos escraviza, nos priva do ato de pensar, criar, amar e viver globalmente”, considera. Para Andréa, a ganância, o capital e o conforto domam a globalização, como descreve em sua dissertação.

Segundo ela, o conceito do homo ethicus está mais baseado na cooperação que na dominação. Ao contrário do homo sapiens, esse novo ser humano não se vê soberano sobre as coisas, mas sim como parte de toda a criação. É mais voltado para a preservação que para a expansão e pensa mais na qualidade que na quantidade. Mas o fator mais importante inerente ao caráter desse ser é seu olhar sistêmico, holístico e ecológico. Ele é capaz de juntar os fragmentos para enxergar o todo e pautar sua existência nessa visão. A visão do que é sustentável.

DISTORÇÕES

As grandes catástrofes e a deterioração da vida em sociedade, com a acentuação da violência, por exemplo, bem como a valorização de comportamentos amorais, têm despertado o homem para reflexões mais profundas a respeito do destino para o qual está levando o planeta. 


“Valores como a solidariedade, o respeito, a amizade e o amor precisam ser resgatados, pois são pontos-chave dessa evolução”, defende o presidente do Instituto Brasileiro da Ética nos Negócios (Iben), Douglas Flinto. Para ele, a sociedade vive imersa em valores distorcidos, em que o “ter” está sempre a cima do “ser”. “Desde cedo as pessoas aprendem que se dar bem (o que pode ser entendido como ter dinheiro e poder) é um objetivo a ser atingido na base do custe o que custar. Flinto ressalta que esses valores têm impacto direto na forma como as pessoas se relacionam entre si: “Hoje você aprende a se relacionar com o próximo para ganhar vantagem. É o chamado networking. Quer dizer, o real valor da relação entre os seres se perdeu”, diz Flinto.

A ética precisa entrar na pauta cotidiana do ser humano, se ele realmente quiser sobreviver. E a educação seria um dos caminhos para trabalhar o desenvolvimento dos valores necessários para a vida sustentável. “Uma cultura muda de duas formas: pela educação e pelo exemplo”, diz Flinto. 


HOMO SAPIENS

• Durante seu processo de evolução, foi conduzido a ter uma visão fragmentada, ou seja, a enxergar todas as coisas como pedaços dissociados entre si.
• Usou a inteligência para exercer domínio sobre todas as coisas, construindo, assim, uma  autovisão de soberania.
• Historicamente, seu instinto de sobrevivência o fez dar prioridade para valores como o individualismo e a competição, expansão e quantidade.
          HOMO ETHICUS
   • É capaz de enxergar o    mundo  de         maneira holística e  sistêmica, em que       tudo está  relacionado e é          interdependente.

 • Tem uma visão mais ecológica  no          sentido de que se vê como  parte    integrante do todo.
  • Vê na parceria e na cooperação os  principais valores para uma existência sustentável.

Andréa Marinho, pesquisadora internacional na área de Educação
 e mestranda em Filosofia pela Universidade de São Paulo
Fonte: blog Capítulo Rosacruz Mogi das Cruzes 


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