...durante uma era glacial bem remota, quando parte de nosso planeta se achava coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram.
Morreram indefesos por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começaram a se unir, a juntar-se mais e mais.
Bem próximos um do outro, cada qual podia sentir o calor do corpo do outro.
E assim bem juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente.
Assim aquecidos, conseguiram enfrentar por mais tempo aquele inverno terrível.
Vida ingrata, porém... os espinhos de cada um começaram a incomodar, a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor.
Feridos, magoados e sofridos, começaram a afastar-se.
Por não suportarem mais os espinhos de seus semelhantes, eles se dispersaram.
Novo problema: afastados, separados, começaram a morrer congelados.
Os que sobreviveram ao frio voltaram a se aproximar, pouco a pouco.
Com jeito e precaução. Unidos novamente, mas cada qual conservando uma certa distância um do outro.
Distância mínima, mas suficiente para conviver, sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíproco
Assim agindo, eles resistiram à longa era glacial. Apesar do frio e dos problemas, conseguiram sobreviver.
fábula do filósofo Arthur Schopenhauer
Irmãos e irmãs, se temos noção que nossos espinhos estão prejudicando o outro e dificultando nosso crescimento, modifiquemos nosso comportamento para não causarmos danos aos que convivem conosco. A vida em sociedade é uma disposição divina pela qual oferecemos à coletividade a nossa contribuição pessoal e dela recebemos o que nos é necessário, aprimorando-nos, ao mesmo tempo, na efetivação desse processo, em termos de inteligência e sentimento.
Nosso direito termina onde começa o direito do próximo.
Isto se chama bom senso, respeito, educação, compreensão etc.
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